MAISON 826
2020 | braga | portugal
O projecto Maison 826, para o hairstylist Pedro Remy, está inserido ao nível térreo de um prédio dos anos 70 no centro urbano da cidade de Braga, em Portugal, numa loja com 250 m2 de área total.
Este espaço encontrava-se fechado há alguns anos e apresentava-se com sobreposições de intervenções, de memórias e de histórias. Cada parede uma história, cada janela uma passagem. Um lugar com muitos espaços. Cada espaço embrulhado em materiais e texturas sucessivamente interrompidas por outras, encontrando-se pontualmente elementos estruturais em betão despidos de revestimento. Uma complexa composição de excessos de materiais e de vazios de materiais.
Com a remoção destas camadas, foi possível perceber que a composição dos seus quatros grandes espaços semi-encerrados estavam ligados visualmente mas em níveis diferentes.
O conceito arquitectónico para o espaço Maison 826 surge com a interrupção da demolição no ponto onde os fragmentos desse passado poderiam coabitar com o novo programa que se pretendia implantar.
O programa de cabeleireiro, de espaço cultural e musical e de concept-store, com uma entrada comum poderiam agora ocupar cada um dos espaços e criar relações espaciais e visuais entre eles, onde intervenções pontuais em cada espaço permitiriam ainda perceber o ponto de demolição.
O projecto Maison 826 divide-se em quatro níveis abertos entre si.
No primeiro nível, uma cota intermédia, um bloco suspenso em madeira apresenta-se como entrada e como para balcão de atendimento e, visualmente, orienta o utilizador para outros dois níveis. Um nível em cave, um espaço de dinâmica cultural e de concertos, e um outro nível intermédio um pouco mais acima, para a área de trabalho e tratamento de cabelo, ocupado centralmente por uma mesa de trabalho em madeira com 5 metros de comprimento. Este espaço apresenta ainda uma zona de lavagem e pintura, mais recolhida para maior privacidade. Este nível intermédio leva-nos a ao quarto nível, uma área destinada à concept store OGQMOCA com uma pequena área de provador.
Um elogio ao inacabado, pareceu-nos ser um conceito que poderia ser um novo ciclo de vida deste espaço não há lugar à preocupação aos pormenores ou aos detalhes, perdidos pelos inacabados onde se julga faltar por regra.
São materiais económicos, pilares ou vigas de betão aparente e soluções de paredes por terminar que definem agora a intervenção e cada um dos espaços acrescentrou-se com uma cortina opaca que define os seus limites e permite o encerramento entre si. Este um elemento cénico comum, de grande flexibilidade, ajuda a definir outras espaçialidades e outros luminosidades conforme a utilização pretendida.
The Maison 826 project, for the hairstylist Pedro Remy, is placed at the ground floor of a building of the 70s in the urban centre of Braga, in Portugal, in a store with 250m2 of total area.
This space had been closed for several years giving evidences of layers of interventions, memories and stories. Each wall a story, each window a passage. A place with many spaces. Each space wrapped in materials and textures successively interrupted by others, where occasionally some naked concrete structural elements appeared. A complex composition of excess of materials and voids of materials.
With the removal of these layers, it was possible to notice that the composition of its four large semi-enclosed spaces were visually connected but at different levels.
The architectural concept for Maison 826 came up with the interruption of the demolition at the point where fragments of that past could coexist with the new programme intended to be set out.
The programme for the hair salon, for the cultural and musical space and for the concept-store, that share a common entry point, could now occupy each one of the spaces and create spatial and visual relations among them, where one-off interventions in each space would allow to observe the demolition spots.
The Maison 826 project is divided into four levels opened to each other.
In the first level, at an intermediate elevation, a suspended wood block introduces itself as an entrance and as a service desk, steering, visually, the user to other two levels: a basement level, a space of cultural dynamics and concerts, and another intermediate level just above, for the working area and hair care, centrally inhabited by a 5-metre-long wooden working table. This space also comprises a recessed hair washing and colouring area for better privacy to the clients. This intermediate level takes us to the fourth level, an area for the OGQMOCA concept store with a small dressing room.
A Praise to the Unfinished seemed to us to be a concept that could be a new life cycle of this space where there is no place for concern about details… lost by the unfinished where it is thought being missed by rule.
The sparing materials, pillars or concrete beams as well as the solutions of unfinished walls are now what defines the intervention. In each space, a long opaque curtain establishes limits enabling their closure. This common scenic element, of great flexibility, helps to define other spatial identities and other luminosities according to the intended use.